quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

I get high with a little help from my friends

Esse é o Alexandre. Estudei com ele no pré. E depois, cada um pro seu canto. Não lembro de ter encontrado ele de novo, de parar e conversar. Só no meio pro final do ano passado. (2013 só não foi apagado da história da minha vida por ter compensado nos 45 do segundo tempo.)
Enquanto eu comia loucamente, o Alê terminou gastronomia. E no meio de um papo sobre temperos(estou comendo o mínimo de sal possível, preciso colocar outras coisas pra dar gosto), o Alê descobriu minha reeducação alimentar, apoiou meu blog e gostou tanto que resolver se manifestar por aqui.
Com vocês, as palavras do Alê:

Oi Mari, li seu blog e fiquei muito contente em saber do seu esforço em sair dessa inercia em que você se encontrava. Sei que isso é muito mais difícil do que nós imaginamos, vou explicar sobre isso logo, mas sei que você tem força de vontade mais que suficiente para conseguir isso.
 E como já dizia o sábio quarteto: Oh, I get by with a little help from my friends / I get high with a little help from my friends / Gonna try with a little help from my friends.
 Primeiramente vamos entender a questão da alimentação, por mais corriqueira e cotidiana que esta possa ser, é um importante fator no que diz respeito a nossos sentimentos e emoções. Estranho né? Pois saiba que nosso sistema intestinal é um dos pontos do corpo em que mais se encontra terminações nervosas, essas ligadas diretamente ao cérebro levando as mais diversas informações: se você esta saciado, que tipo de alimento você precisa, coisas essenciais ao desenvolvimento do organismo. Porém, o cérebro muitas vezes é guiado por impulsos mais primitivos, prova disso é você
se sentir tão atraído por um prato de batata frita ou invés de uma salada. Não é nada relacionado ao sabor, e sim à gordura! Durante os primórdios do homem, todo tipo de alimento rico em energia era extremamente benéfico pois não se sabia quando seria a próxima refeição. Isso se tornou busca essencial no cotidiano daqueles tempos, essencial no quesito de sobrevivência! Com alguns milhares de anos agindo dessa maneira, nosso cérebro aliou o consumo desse tipo de alimento com uma sensação de extremo prazer, tão grande quanto a sensação de um orgasmo! Eis ai a grande dificuldade em iniciar-se um modo de vida saudável: não é contra a balança que se luta, mais sim contra seu cérebro, contra um instinto primitivo que a nossos antepassados garantia a sobrevivência. Não é de se espantar que o homem atual sinta desejos tão intensos quando vê algo que contenha grandes quantidades de gordura, tal como uma picanha ou um prato de batata frita. Tudo
depende de um condicionamento gradual do cérebro. É praticamente a mesma relação que se tem em um viciado em heroína (desculpe a comparação), pois se luta contra uma sensação de prazer muito grande. Porém, pode-se conseguir sim essa mudança. É ai que entra a magia da gastronomia: é possível fazer toda a variedade de pratos com baixíssimo teor calórico e ainda conferir-lhe um sabor inigualável.( Lembre-se que oque comemos influi diretamente em nossos sentimentos e está intimamente ligado a nossa psique, uma boa refeição é capaz de milagres, acredite.) Um bom exemplo disso é visto do filme A Festa de Babette, de 1987, onde um olhar dogmático e recluso do mundo é abruptamente destruído apenas com um jantar executado sabiamente. Os personagens que antes estavam receosos e com péssimas
expectativas recebem praticamente um choque a cada garfada que dão, é como se o alimento abrisse a eles uma nova forma de observar o mundo. Tudo isso apenas com um jantar! Lembre-se, somos sim aquilo o que comemos, e mais, somos sentimentalmente aquilo o que comemos, a alimentação aparenta-se banal por ser algo que fazemos todos os dias, porém esquecemos que esse simples ato de levar um alimento á boca esconde muito do que somos.

Um comentário:

  1. Adorei as palavras do Alê! E as fotos que você selecionou para este texto me fizeram rir alto! Bjo

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