sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

E a atividade física? Tá se saindo melhor?

Pior que não! Sou uma completa negação :D
Um amigo meu já falou que estou fazendo a dieta do cloro: engulo água e o cloro derrete tudo por dentro,
por isso os kilos estão indo embora.
Pelo menos, tá funcionando.
Brincadeiras um pouco a parte, sou muito descoordenada. Descoordenada até mais demais. Que chega a afetar a segurança alheia.
No começo, eu simplesmente caminhava de um lado para o outro, igual uma barata tonta, meus quarenta minutos diários. Sem sábado, sem domingo, sem feriado. Sete horas da manhã, lá ia eu com toda minha preguiça em frente a casa do vizinho
para cumprir o desafio.
Troquei o tênis, descobri as maravilhas do tênis novo e achei que merecia um lugar melhor pra caminhar. Então comecei a andar no municipal 1 hora por dia.
Aí me sentia incrivelmente ridícula. Muita gente caminha lá e todo mundo andava mais rápido que eu ou corria. Inclusive as senhoras de idade. Nada contra, cumprimentava todas elas e acho legal quando as pessoas conseguem se manter ativas de alguma forma. Mas eu ficava me martelando: pouts, devia andar no mínimo no ritmo delas...
Então, enquanto todos andavam no sentido anti-horário, eu andava no horário. Problema resolvido. Ninguém me ultrapassava mais, eu conseguia cumprimentar todo mundo e ninguém trombava mais em mim. Eu andava feliz da vida, ouvindo música e as vezes mudava de faixa na pista de corrida, trombando em
alguém que ia me ultrapassar. Andando no sentido contrário, problema resolvido.
Cansada de andar em círculo, literalmente, me inscrevi na natação. E já comecei com um enorme pé esquerdo. O médico dermatologista foi super estúpido comigo durante o exame pois ele queria ir embora mas ainda tinha que me atender. Respira fundo, conta até dez e vai: não será esse animal quem vai me parar agora.
E fui considerada a garota prodígio na natação. Mas pulei a parte na qual conto que já fiz natação antes.
(Seu Claus, se ler isso, desculpa não ter contado.) E chegaram os dias de perigo para meus coleguinhas.  Eu ando torta. Minha prima ja reparou. Imaginamos ser por culpa do meu peso(ortopedista marcado dia 5! ). E graças a isso, eu nado torto também. De começar bem, atravessar pra raia do lado e bater em alguém que também está na aula.
E é aquilo: desanima. Ao mesmo tempo que eu tento enfiar na minha cabeça que é questão de tempo, que eu vou ganhar coordenação motora e começar a beber menos água , minha vontade é tacar a prancha na cabeça de alguém , sair da piscina e comer chocolate até vomitar.
Simples assim.
Tenho que pensar em bater os pés o mais próximo possível. Mas a gordura da minha coxa não me deixa juntar os pés com facilidade. Aí tenho que segurar a maldita prancha azul. Não rola deixar ela boiando solta pela piscina. Tudo bem, a gente tenta. Vem a parte de bater os braços: uma braçada, segunda braçada, quando o braço estiver na coxa, vira o rosto pra respirar, volta pra água e solta o ar pelo nariz até a próxima respirada. Fácil. Agora você faz tudo junto: bate o pé próximo enquanto solta ar pelo nariz, dá a primeira braçada, opa, esqueci do pé, bater eles juntos. Dá a segunda braçada, mão na coxa, vira pra respirar. Ah, a prancha, tenho que segurar, perae. Que pancada é essa na minha cabeça? Ah, o pé do menino do lado. Deixa eu voltar pra minha raia. Onde que eu parei mesmo? Ah é, respirar. Pera, acho que entrou água no meu nariz.
Repetir essa cena por mais meia hora aproximadamente. A hora que emburro, jogo a prancha na borda e
termino de chegar até lá sem essa porcaria azul.
As coisas não melhoram sem a prancha. Continuo bebendo água. Mas é algo a menos pra me preocupar. E eu avisei que sou um desastre e um perigo para meus colegas de natação.
Aí vem aqueles pequenos atos que te seguram, sem nem as pessoas saberem que aquilo significa muito mais pra você do que elas pensam: ah, te ajudo a chegar na borda. Você tá passando bem? Quer que eu avise Seu Claus que você não tá bem? Tá indo bem Cecília, faz vinte, trinta, quarenta respirações. O tanto que você quiser até recuperar o fôlego. Não precisa virar nadadora olímpica até a semana que vem.
Aí você lembra da paciência da nutricionista com você, do blog, dá sua família te aguentando na fase paranoia, o plano de saúde, as idas a santa casa, os kilos que já foram, as sms, o blog, os kilos que ainda
faltam...(já falei do blog?)
Respira. Pensa em mil maneiras de atear fogo à prancha e em como é bom você ficar a pessoa mais gostosa do mundo quando atingir o peso pretendido.
E vai de novo, engolir mais alguns litros d'água.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Dessa vez não teve jeito, os ninjas me pegaram...

Pois é! Isso por que falei deles ontem...
Geralmente penso no que escrever a noite, começo e termino no outro dia de manhã para dar tempo e
enviar pra nutricionista dar uma conferida(vai que eu falo que bacon é saudável e alguém acredita né), eu edito as fotos e posto.
Só que ontem não rolou. Resolvi sair de casa com as insuportáveis da minha vida pra me arriscar num suco( sem açúcar , por favor).
E hoje de manhã bateu o desespero: o que escrever? Perguntei pra um, pra outro, uma sms aqui, um chat do facebook ali. E nada.
Resolvi atrasar o texto de hoje e encarar a aula de natação(nada como engolir um pouco de cloro pra pensar melhor).
E eis minha surpresa quando abro meu e-mail e dou de cara com um texto da minha mãe! :D
Tinha pedido pra ela escrever algo faz alguns dias. Sem pressa, sem crise.
E veio hoje. E junto com ele, os ninjas cortadores de cebola. Sem escapatória dessa vez.
É que aí você lê e pensa: puts, tenho que pegar mais leve. Já comentei que a galera daqui de casa merece um post só pra eles por causa do meu período de paranoia né?
Antes de postar as palavras da minha mãe, só algumas observações:

1- Sim, ela fala muito mais do que escreve =x
2- Sim, ela tem tendências feministas e eu a amo muito mais ainda por isso
3- Não vou corrigir nada :D (ela vai brigar comigo quando ler). Justamente por ter sido escrito de coração, as correções que eu faria transformariam em um texto da Genice em um texto da Cecília baseado em um texto da Genice. Escreveu, ficou.

Filha vc pediu para eu escrever algo para seu blog, bem vou tentar sabe que escrever não é muito comigo eu gosto de falar hshashashahsah.
Sei que nem sempre falo o que vc gostaria de ouvir, vou contar um segredo, esse é um dos papeis de mãe, não estou aqui para falar somente o que é bom de ouvir ou gostoso, como mãe não quero ver meus filhos sofrerem, penso sempre no melhor para você e suas irmãs e torço para que tudo de certo em suas vidas, se pudesse sofreria no lugar de vocês mas cada pessoa é única e como tal tem que encontrar o melhor caminho a seguir.
Cobro, tento chamar para realidade porque sei que o mundão é complicado difícil mesmo, ele é pior que mãe pegando no pé.
Estou feliz, orgulhosa e torcendo muito por você e não é porque Vai ficar mais bonita porque bonita sempre foi é pela saúde mesmo que sempre me preocupou e sabe disso.
Te amo filha! Amo muito e quero o melhor pra você sempre que essa mudança seja o começo de muitas na sua vida e que elas venham para melhorar tudo, porque somos mulheres poderosas e maravilhosas.
Obs: Corrigir por favor shashahsahshas sei que é pequeno mas é de coração o que não foi escrito aqui já foi falado e espero que vc se lembre shahsahshaha.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Malditos ninjas cortadores de cebola ¬¬º

Vim, já falei quem eu sou, o que estou fazendo, algumas dificuldades, manifestei meu amor por alface ( acho
que só não supera o amor por academia ou prancha azul da aula de natação ), o que eu comia antes, o que eu como agora, algumas palavras do Alê e por aí vai.(Tem gente me devendo post hein! Vou cobrar u.u)
E o post de hoje é bem sobre isso: ninjas cortadores de cebola.
Eles não conseguem chegar perto o suficiente de mim a ponto de me fazer chorar, mas estão quase lá. E já vou explicar o motivo.
Sem amigos, a gente não vai muito longe. E pode colocar família no pacote.
Bem, eles tentam. Nem sempre da maneira certa, mas você vê que eles tentam. E até os "amigos" filhos da puta você pode colocar no pacote. O maluco que tirava o gás da coca-
cola da vaquinha teve sua utilidade: coca-cola sem gás é ruim e nunca mais fazer vaquinhas com ele junto. Simples assim.
Sei que dou ataques de pelanca por coisas que nem sempre são justas, mas tento deixar passar coisas que não compensam. Enfim.
Quando comecei a reeducação, não ia contar pra ninguém.(Mas agora tá com blog, né sua safada?). Só que ficou visível na minha cara que eu perdi peso.(Eu não me vejo mais magra, mas aí é outra história) E nessa de: ahhh, você tá mais magra! Tá fazendo o que? Conta seu segredo pra passar pra sua prima! , eu ainda conseguia dar algumas respostas evasivas. Até meu pai ir ao médico com algumas tias e contar o grande segredo: Ah, tá fazendo acompanhamento com a nutricionista.
Não curti muito isso mas também não briguei com ele. E já que tinha parte da minha família sabendo,
comecei a contar o nome do santo que fez o milagre: Estou fazendo acompanhamento com a nutricionista mais atividade física.
E então as coisas mudaram muito mais do que eu imaginava. Esperava mil e um pitacos, receitas e tals. Mas não foi isso que eu recebi. (Galera de casa: pai, mãe, irmãs, não contam. São um caso a parte pois moram comigo.Merecem um post só pra eles.)
Recebi mais apoio do que esperava. As vezes em coisas poucas. Fui no aniversário de uma amiga, por exemplo, e ela comprou coca zero pra mim pois sabia que estou nessa de emagrecer. Aniversário da minha prima, bolo de nozes, fizeram gelatina diet pra eu não ficar excluída. Uma tia me deu saco de arroz integral e me ajudou
com o plano de saúde. Um amigo me mandava mensagem todo dia: já foi andar? Tá se sentindo bem? Continue assim.
Fora alguns comentários: ah, fulano não te disse nada, mas comentou comigo que está super feliz por você fazer algo por você. Estou feliz por você, Cê! Se precisar de algo, só avisar. Se não quiser ir caminhar sozinha, me avisa que vamos juntas!
E então surgiu a ideia do blog, descartada por um tempo: não levo jeito pra isso. Foi comentar com a nutricionista que a ideia ganhou apoio. E após um bom tempo batendo cabeça com 3 amigos, surgiu o nome, o fundo e as cores.
E muito mais apoio do que o esperado! Pessoas que eu conhecia mas não conversava que vieram falar comigo a respeito, dizer que servi de inspiração(olha a responsa) pra elas também fazerem algo, desde caminhar a entrar na academia ou ir a nutricionistas. Independente de me mandarem um texto enorme de apoio ou só um simples parabéns, desde fazer gelatina diet pra mim em uma festa ou me darem sacos de arroz integral, por menor que seja o gesto ou que seja um avião com uma faixa, são essas coisas do dia-a-dia que foram aparecendo na minha vida que eu não tinha antes que acabam
fazendo uma puta diferença. Algo que começou com um: eu te ajudo se você quiser, e que está virando algo muito maior do que esperava.
Então desta vez, não vim falar das tentações, surtos paranoicos, dores de cabeça, alface, testes no fogão e tals. Falar que não sirvo de exemplo pra nada nem ninguém não vai adiantar muito depois de tudo isso,
então obrigada gente.
E bem, sobre os ninjas cortadores de cebola, não tiveram sucesso em me fazer chorar, mas posso garantir que estão cada vez mais perto...

Ps: Não coloquei nomes. Muita gente mesmo veio falar comigo e não quis ser injusta com ninguém. Alguns vão se reconhecer. Se não gostarem da citação, só me avisar ;)

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Esquentando a barriga ( cada vez menor *-*) no fogão.

Então...Conversando com o Alexandre esses dias, aquele mesmo que já postou aqui uma vez, ele me veio com uma sugestão. Como não posso beber sucos nem refrigerantes à vontade, estava me virando com água,  tereré, chás variados e suco de limão( o único que posso beber até não aguentar mais.), me disse pra fazer chá de alface.
 Sem brincadeira, pensei na hora: tá tirando com a minha cara...
E ele falando realmente sério sobre o chá de alface: pegar somente os talos, lavar bem e tals...
Nessa de não acreditar, desafiei a veracidade de uma receita de chá da avó dele =x
Continuando, fui fazer o tal chá: lavei muito bem a alface, cortei os talos (usei as folhas pra fazer meu almoço e o do meu pai. Ficou muito bom por sinal :D ), coloquei meio litro de água pra ferver. Levantou fervura, colocar os talos, desligar o fogão e abafar por cinco minutos.
Fiz. A cor fica tipo H2OH depois que você sacode e tira todo o gás.(Conheci um maluco que fazia isso com a garrafa de 2 litros de coca-cola que a galera fazia vaquinha pra comprar ¬¬º)
O cheiro fica meio estranho, parece com algum legume que eu não gosto cozido.
Pra beber, foi quente, sem doce(uso adoçante, tem gente que usa mel, tem gente que usa açúcar e por aí vai.)
Pinguei algumas gotas de limão pra ver como ficava.
E na boa?
Muito sem gosto. Fica um sabor bem suave de terra. Ah, usei limão rosa.
Meu primo sugeriu tomar gelado com sal, limão, tequila, uma cadeira e 2 tequileiros gostosos pois não sou obrigada.
Como ainda tem muito chá em casa, vou tentar do jeito dele, ver se fica melhor.
Mas calmante por calmante, vou de chá de camomila mesmo...



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Já que resolveu emagrecer, tudo bem. Mas eu podia jurar que você não ligava pra essas coisas...

Bem, ser gorda não é exatamente gostoso. As pessoas adoram pegar no pé, ainda mais com sugestões: ah, é só fechar a boca. Ah, você tem que se mexer. Ah, como assim você não come alface? Mas você já
experimentou pra saber se não gosta? Tem que comer melhor.
Na hora, minha vontade era comer da maneira mais nojenta possível pra fazer a pessoa vomitar.Tipo: meu, tenho mais o que fazer. Comer, por exemplo.
Como meus colegas de sala não pegavam no meu pé por isso e eu era uma pessoa extremamente sociável, as coisas iam indo.
Lógico que eu via diferenças no meu corpo para o corpo das minhas colegas. E enquanto elas estavam preocupadas com namoradinhos, eu queria saber quem ia jogar bets comigo na rua da minha avó. Ser acima do peso me incomodava. Nada no nível de me trancar no quarto e chorar por não querer sair de casa. E eu digo acima do peso por que eu
nem era tão gorda igual eu achava.

Na faculdade, ao mesmo tempo que as coisas melhoraram, elas pioraram. Melhoraram pois conheci outras pessoas. De tudo quanto é jeito, forma e cor. Vários tipos de pensamento, pluralidade pura. E vi que eu não era nada de outro mundo igual eu pensava que era. E as pessoas se aceitavam. Lógico que tinha muito mais babaca que adoravam infernizar garotas gordas ou que eles consideravam feias.Não fui uma vítima mas ouvia comentários sobre rodeio de gordas. Até a hora que laçaram uma professora da universidade e deu uma puta merda. Bem, daí é outra história. Voltando...
Eu tinha muita vergonha e era tão retraída nessa de corpo, afinal, quem ia me querer né? Que eu deixei algumas oportunidades de ficar com caras legais. Um deles ficou mais de meia hora me dando ideia, até que cansou e falou: Cê, caramba, eu quero ficar com você!
E lá veio minha fama de lerda :D
E assim as coisas iam: uma festa aqui, outra cerveja ali, mais um pouco de batata por favor, quero meu lanche sem salada, mais uma porção de frango frito. E o contato com a galera da faculdade e as ideias que
até então eu não conhecia me ofereceram a oportunidade de ACEITAÇÃO. Não é exatamente algo fácil. Nós nos preocupamos muito com o que os outros vão pensar. E as pessoas olham feio e pegam pesado. Fora que tudo você acha que é provocação, tudo é com você. Mesmo não sendo.
Me enfiar em um maiô(nem biquíni era) e ir pra um parque aquático foi uma ideia trabalhada por muito tempo até se tornar realidade.
Pegava no pé de algumas amigas também acima do peso pois diziam se aceitar e faziam piadas de si mesmas. E esse foi meu processo de aceitação. Mas eu não me gostava.
Aceitar é muito diferente de gostar. Tem coisas que você aceita por que não tem o que fazer: a morte do seu bichinho de estimação. Não significa que você goste.
Fingia não ligar, muitas vezes não ligava de verdade. Mas foi juntando e me incomodava. O que me ajudou nisso foram meus amigos. Eu era super sociável, conhecia muita gente, me dava bem com muita gente. Então não sentia todo o peso de ser gorda que tinha nas minhas costas.
Já dizia Renato: Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira.
Eu fingia que não via, fingia que não sentia. E o tapa da enfermeira do Hemocentro foi a gota d'agua que faltava pra eu pensar em me mexer: "Vou colocar 150 kilos na sua ficha mas você pesa mais tá? É que a balança só vai até 150"
A ideia de aceitação já não estava mais tão firme assim na minha cabeça. E os poucos episódios de bullyng sofridos (narro eles em outro post), apareciam cada vez mais na minha cabeça.
E justamente a pessoa que teria os argumentos mais lógicos e melhores baseados foi quem não pegou no
meu pé e falou: estamos juntas.
Perdi muitos momentos nessa de: ah meu grande khan, sou gorda, e agora?
E até os momentos em que me aceitava não foram tão bem aproveitados quanto seriam se eu me GOSTASSE.
Não estou falando pra todo mundo emagrecer. Cada um sabe onde o calo dói. E temos que ter noção de onde dá pra mudar e onde não dá. Posso emagrecer mas não posso encolher 10 centímetros ou cortar parte
do meu pé fora pra calçar 38.
A grande questão a ser analisada é: você se GOSTA ou você se ACEITA?
Eu não me gosto e nem me aceito o suficiente para estacionar no que estou pesando.
E sério, tem muitos kilos pela frente ainda...




domingo, 23 de fevereiro de 2014

Meu, você falou que não tá fazendo dieta louca! Como assim passou mal?!


E não estou! Só pra lembrar, nutricionista é peça-chave. Não adianta em comer 1200 calorias em pão, por exemplo. Além das calorias, você tem que conferir proteínas, vitaminas, açucares, gordura e por aí vai.

Tudo é uma questão de equilíbrio e ninguém melhor que a nutricionista para te ajudar a achar o equilíbrio na sua alimentação de acordo com o teu corpo( eu sou tranquila, mas tem gente com alergia a lactose, por exemplo. E aí?).
Logo no começo da reeducação, ela me avisou:   O primeiro dia é foda! Vc vai se sentir com cansaço, tontura. Tome cuidado, se estiver assim não saia de moto. Dor de cabeça também. Se esses sintomas não forem suportaveis, tipo não conseguir parar em pé, voce pode comer 3 bolachas de agua e sal junto com os lanches.

E realmente, foram horríveis. Senti tontura, dor de cabeça, muito sono e uma sensação constante de fome. Fora náuseas por não estar acostumada com o sabor e a textura dos alimentos do cardápio.

Tinha também crises louca de stress e a paranoia: pra mim, todo o mundo estava me provocando e fazendo
de tudo pra que eu parasse. Minha irmã comer um pedaço de bolo era a maior provocação do mundo e eu tinha vontade de jogar ela do barranco, pegar o bolo e sair correndo. Foram dias péssimos.
As coisas foram se acertando: sem tontura, sem sono, sem dor de cabeça, sem fome. Uns kilos a menos aqui, umas medidas a menos, eu fazendo a caminhada, natação, hidroginastica.
Até uma quinta feira fatídica onde eu passei mal durante a aula de natação. Enjoo, tontura e um pouco de dor de cabeça. Passei na farmácia medir a pressão e estava um pouco alta.
Fui até a santa casa e veio uma explicação bizarra da médica: parte da gordura que queimei caiu na minha corrente sanguínea e por isso minha pressão estava alterada. Ainda pensei comigo mesma: comia loucamente e estava tranquila. Agora que estou tentando ser saudável, aparece essas coisas ¬¬º

Mas tudo bem né, vamos tocar o barco. Tomei remédio, vim pra casa, dormi e adivinha só? Continuei com dor de cabeça e pressão alterada. Voltei pra santa casa e a outra médica me deu uma explicação mais razoável: cortei gordura, açucar, cafeína(minha fonte de cafeína era coca-cola) e meu corpo foi levando.

Quando ele viu que o negocio era sério, que eu ia continuar com a reeducação e que meus kilos estavam indo embora, ele começou uma revolta na minha cabeça. Eu tinha uma crise enxaqueca por abstinência. Olha só que delícia :D

Como já mudei minha alimentação, faço exercícios e estou em processo de emagrecimento, a médica me medicou pra enxaqueca apenas, não quis me dar remédio pra pressão na esperança dela regular sozinha por estar sendo mais saudável.

E bem, diminui um pouco o ritmo de exercícios: faço todo dia uma hora. Não era igual antes que eu fazia uma hora de caminhada e duas horas de natação NO MESMO DIA.
Tá certo que eu queria perder peso de maneira rápida e manter o ritmo de perca para não desanimar. Mas o crime não estava compensando. Melhor diminuir um pouco e quando meu corpo acostumar e eu der
sumiço em mais uns kilos, ir forçando aos poucos.

O grande problema é: não passou.

Tive enxaqueca quinta-feira agora, tomei remédio, não passou. E continuou doendo até voltar enjoo e tontura ontem.(Um pé de alface de presente pra quem reparou que posto todo dia e ontem não postei nada.)
Voltei à santa casa, me medicaram e encaminharam pro posto de saúde.
Como a carência do meu plano de saúde acaba agora em março, já tenho vários médicos marcados.
Junto da nutricionista, é bom dar uma conferida no restante. Posso realmente ter uma crise de abstinência(Cecília, você não se drogava, que mané crise de abstinência! Drogava sim e explico depois.)ou ser algo um pouco mais sério.
Agora é apostar: terei mais uma crise antes das consultas ou depois?


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Você só mudou a alimentação e está fazendo esforço mental ou rola algum exercício?

Meu, rola. E essa parte é a pior de todas em termos.
Comecei a reeducação alimentar em uma quinta-feira. Essa de: ah, segunda eu começo; não existe. Só não comecei em uma terça-feira pois estava acertando os últimos detalhes com a nutricionista e passando
algumas informações para começar o tratamento. Se você está mesmo disposto a fazer e com vontade, não tem essa de "segunda eu começo", você começa e pronto.
E já no primeiro dia, com o cardápio em mãos eu comecei a caminhar. De boa, na minha, devagar e na frente de casa por 40 minutos. Ia começar com meia hora, mas um amigo formado em educação física me indicou os 40 minutos e quando ganhasse fôlego e resistência, aumentasse o tempo até atingir uma hora.
Eu poderia jurar para você que naquela meia hora, eu infartaria. Nos primeiros 3 minutos então pareciam eternos. Eu não ia nem até a esquina a pé.( Quem sabe onde eu moro, sabe que chegar até a esquina de casa é foda. Então imaginem a esquina da locadora.)
Eu não tinha fôlego, meu pé queimava e eu sentia meu coração batendo quase na pele. Horrível.
Mas continuei indo, na frente de casa e tals. Até o dia que meu tênis pediu arrego e soltou toda a sola. Eu o entendo por que ele estava parado, jogado no quarto, coberto de poeira devia fazer uns 6 meses pra mais. Aí parti a procura de um tênis que embora mais caro, fosse aguentar todo o meu peso. Encontrando, minha vida de caminhadas mudou. Meu tênis anterior era duro demais, desconfortável demais.
E eu nem tinha percebido por simplesmente não andar nele.
Após sentir toda essa diferença no tênis,aumentei meu tempo de caminhada e fui andar no ginásio municipal, o que deu mais diferença ainda. Apesar da pista ser ruim, é reta. Minha intenção era caminhar, não fazer trilha trekking.
Ganhei resistência, mesmo não falando com os outros para não perder o folego. E parti para outra etapa: aulas de natação e hidroginástica. Os primeiros dez minutos de qualquer atividade física são os piores de todos, a meu ver. Pois meu corpo está "ligando" ainda. Depois é bem mais tranquilo. A partir dessa nova carga de exercícios, minha rotina virou uma loucura: caminhava uma hora todo dia, terça e quinta fazia duas horas de natação, completava quarta com uma hora de hidroginastica.
Não deu outra: meu corpo arregou e eu passei mal em uma quinta feira durante a aula de natação.(Entro em detalhes em outro post, sério!)
Nessa de não fazer nada, mudar de uma vez e exigir muito para perder rápido, eu não dei conta. Perdi peso, uma quantia considerável e realmente, foi muito mais rápido do que eu esperava. Mas não sei até que ponto o crime compensou. Diminui a carga de exercícios semanais para aguentar fazer sem maiores complicações. Comecei a variar os locais onde caminho para sair um pouco da mesmice. E lógico, marquei um ortopedista para dar uma geral. Ver se estou fazendo certo, se tem algum problema com o meu corpo, se posso aumentar os exercícios e o quanto aumentar.
Lógico que o corpo é meu e eu deveria saber meus limites. Mas assim como a nutricionista cuida do que entra no meu corpo, é bom dar uma conferida com o médico. Ele se formou pra saber aquilo, oras. E nem sempre estamos com a razão. Tanto que se eu soubesse realmente os limites do meu corpo, até onde ir, não teria passado dos 150 kilos. Simples assim.

Ps: as fotos são de lugares por onde andei- Vista do ginásio municipal/ Residencial Petrona/Avenida do venceslau Clube(nem lembro o nome =X )

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

I get high with a little help from my friends

Esse é o Alexandre. Estudei com ele no pré. E depois, cada um pro seu canto. Não lembro de ter encontrado ele de novo, de parar e conversar. Só no meio pro final do ano passado. (2013 só não foi apagado da história da minha vida por ter compensado nos 45 do segundo tempo.)
Enquanto eu comia loucamente, o Alê terminou gastronomia. E no meio de um papo sobre temperos(estou comendo o mínimo de sal possível, preciso colocar outras coisas pra dar gosto), o Alê descobriu minha reeducação alimentar, apoiou meu blog e gostou tanto que resolver se manifestar por aqui.
Com vocês, as palavras do Alê:

Oi Mari, li seu blog e fiquei muito contente em saber do seu esforço em sair dessa inercia em que você se encontrava. Sei que isso é muito mais difícil do que nós imaginamos, vou explicar sobre isso logo, mas sei que você tem força de vontade mais que suficiente para conseguir isso.
 E como já dizia o sábio quarteto: Oh, I get by with a little help from my friends / I get high with a little help from my friends / Gonna try with a little help from my friends.
 Primeiramente vamos entender a questão da alimentação, por mais corriqueira e cotidiana que esta possa ser, é um importante fator no que diz respeito a nossos sentimentos e emoções. Estranho né? Pois saiba que nosso sistema intestinal é um dos pontos do corpo em que mais se encontra terminações nervosas, essas ligadas diretamente ao cérebro levando as mais diversas informações: se você esta saciado, que tipo de alimento você precisa, coisas essenciais ao desenvolvimento do organismo. Porém, o cérebro muitas vezes é guiado por impulsos mais primitivos, prova disso é você
se sentir tão atraído por um prato de batata frita ou invés de uma salada. Não é nada relacionado ao sabor, e sim à gordura! Durante os primórdios do homem, todo tipo de alimento rico em energia era extremamente benéfico pois não se sabia quando seria a próxima refeição. Isso se tornou busca essencial no cotidiano daqueles tempos, essencial no quesito de sobrevivência! Com alguns milhares de anos agindo dessa maneira, nosso cérebro aliou o consumo desse tipo de alimento com uma sensação de extremo prazer, tão grande quanto a sensação de um orgasmo! Eis ai a grande dificuldade em iniciar-se um modo de vida saudável: não é contra a balança que se luta, mais sim contra seu cérebro, contra um instinto primitivo que a nossos antepassados garantia a sobrevivência. Não é de se espantar que o homem atual sinta desejos tão intensos quando vê algo que contenha grandes quantidades de gordura, tal como uma picanha ou um prato de batata frita. Tudo
depende de um condicionamento gradual do cérebro. É praticamente a mesma relação que se tem em um viciado em heroína (desculpe a comparação), pois se luta contra uma sensação de prazer muito grande. Porém, pode-se conseguir sim essa mudança. É ai que entra a magia da gastronomia: é possível fazer toda a variedade de pratos com baixíssimo teor calórico e ainda conferir-lhe um sabor inigualável.( Lembre-se que oque comemos influi diretamente em nossos sentimentos e está intimamente ligado a nossa psique, uma boa refeição é capaz de milagres, acredite.) Um bom exemplo disso é visto do filme A Festa de Babette, de 1987, onde um olhar dogmático e recluso do mundo é abruptamente destruído apenas com um jantar executado sabiamente. Os personagens que antes estavam receosos e com péssimas
expectativas recebem praticamente um choque a cada garfada que dão, é como se o alimento abrisse a eles uma nova forma de observar o mundo. Tudo isso apenas com um jantar! Lembre-se, somos sim aquilo o que comemos, e mais, somos sentimentalmente aquilo o que comemos, a alimentação aparenta-se banal por ser algo que fazemos todos os dias, porém esquecemos que esse simples ato de levar um alimento á boca esconde muito do que somos.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Sério mesmo que você não comia nem alface?

Cara, sério.
Ervilha é uma coisa que eu comia quando era pequena. De abrir a lata, escorrer e comer inteira de colher.
Um dia não comi mais e passei a abominar ervilhas.
E isso se estendia para todos os outros vegetais e frutas possíveis.
Em casa eu aprendi a cozinhar cedo e fazia o que me dava na telha. Receita de coxinhas de massa cozida eram corriqueiras.
Purê de batatas com strogonoff e batata palha também. Fora os bolos. (Tenho uma receita de nega maluca fantástica :D).
Tá com fome, não tem nada? Miojo. Simples, rápido, jogava um queijo junto e mandava bala.
A época da faculdade foi pior. Como trabalhava, eu tinha grana. E por morar sozinha, eu comia o que eu queria, a hora que queria, o quanto eu queria.
Mesmo quando eu dividi república: comprávamos o básico juntos(arroz, feijão, óleo, açúcar) e o resto
era cada um por si.
Morava em um paraíso da gordura: lanche em quase toda esquina, mercado grande perto, pizzaria, bares, padarias, lanchonetes, restaurantes.
Pra que sujar louça em casa se podia pedir um combo de batata frita, polenta frita e frango frito pra dividir com mais uma pessoa?
Comprava lanche na baguete de frango, bacon e queijo. Comida metade e guardava a outra pro café da manhã de outro dia. Já cheguei a pagar almoço no RU pra amigo vegetariano só pra poder comer mais carne no almoço/janta.
Comer. Comer. Comer. E beber. Se resumia basicamente a isso. Mesmo quando saia com os amigos pra
baladas, comíamos antes. E as vezes depois também, a hora que saíamos da balada.
Quando comecei a trabalhar no Hemocentro de Maringá, as coisas mudaram. Mas bem pouco. Por comer no hospital, as vezes marmita por causa das coletas externas, comia fruta. Mas coisa de 1 banana por semana. As vezes uma banana e uma maçã. Comecei a colocar alguma coisa de diferente depois. Exemplo: cenoura, milho e tomate na galinhada. Mas tinha tanto óleo, que eles estavam lá apenas de enfeite.
Agora como alface. E só. (brincadeira :p)
Como maior variedade de frutas: banana, maçã, melão, melancia, uva, laranja, bergamota, morango, ameixa, pêssego e por aí vai. Lógico que nas quantidades indicadas pela nutricionista. Mas considerando o que eu comia antes, é fruta pra caramba.
Já com os vegetais e legumes eu tenho muito mais dificuldade. Nem sempre é o sabor, mas a textura ao morder que me dá um certo desespero. Mas já encaro alface, cenoura, beterraba, pepino, milho, ervilha, cebola, tomate, com mais tranquilidade. Não que sejam gostosos. Apenas descem sem maiores desafios.
Ainda tem muita fruta por aí. Muita verdura, muito legume. Não foi exatamente fácil chegar a este ponto. E não creio que vá ficar agora, do dia pra noite. Mas é aquilo: ninguém falou que ia ser fácil. E coisas fáceis demais, nem sempre tem muita graça ;)

Ps: todas as fotos do post são minhas!Bolinho de mandioca frito, lanche na baguete de frango com bacon, bebidas de um café e batatas fritas de um barzinho.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Sempre foi gordinha? Emagrecer agora porque?

Essa vai ser a pergunta mais difícil de responder, mas vamos lá.
Não. Lembra que no primeiro post eu falei que era tragédia anunciada(Tu vens, tu vens.Eu já escuto seus sinais.)?
Comecei a engordar tinha o que? Uns 12, 13 anos.
Daí foi como largar uma melancia na ladeira: um numero a mais de calça aqui, uma camiseta que não serve e compra uma maior, até que chegou no ponto máximo em outubro do ano passado.
Já tinha ido pra nutricionista uma vez, não foi adiante.
Psicóloga também não foi muito longe, dieta dos pontinhos era batata: meio kilo por semana.
Mas adorava economizar pontos de frutas e verduras pra comer em chocolates.
E meio kilo por semana era pouco demais pra mim. E foi assim até eu parar.
Comecei academia e o instrutor falou: 120 kilos. Se não cuidar, chega em 150 antes do que você imagina.'
O que eu fiz? Larguei a academia dali um mês ou dois.
E então veio: a faculdade!
E com a faculdade veio a bolsa-trabalho. E isso implicava em grana gastada nos vários bares e lanches perto da faculdade. Um paraíso da gordura barata. E é aquilo: sempre tinha alguém disposto a beber uma cerveja, que logo viravam várias acompanhadas no mínimo de batatas fritas.
Durante meu segundo ano, entrei para o NEMO que também parei um pouco depois, pra variar. Nesta fase, estava com 125 kilos.
Consegui um emprego decente, parei a faculdade, terminou meu emprego decente(contrato de 2 anos), voltei pra casa e de brinde ganhei uma leve depressão, facilmente canalizada
para um RPG online. RPG que eu não dormia e comia muito. Não foi uma fase de toda perdida pois conheci pessoas importantes que logo devem aparecer por aqui, tanto que foi uma delas que me deu um sacode e resolvi largar o RPG e estudar pra concurso.
As coisas ficaram menos piores, por assim dizer. E então voltei para Maringá, ver a galera e doar sangue.
E nesta de doar sangue que veio o baque: " Vou por 150 kilos na tua ficha por que é o limite da balança. mas você pesa mais, tá?"(Tudo culpa do instrutor da academia-SQN)
Doeu ouvir isso e bateu um certo desespero. Mas por incrível que pareça, NÃO FOI SUFICIENTE.
Continuei com a mesma vida de estudos e comida. Mas algo passou a me incomodar. E as lembranças desagradáveis que eu tinha por ser gorda, começaram a martelar na minha cabeça. Uma roupa que não entra, falta de fôlego pra acompanhar meus amigos em um jogo de bets, dificuldade pra subir escadas em um concurso que fiz. Cheguei a não passar em catraca de alguns ônibus.
Veio o natal, com o natal veio muita comida e família. E neste contexto alegre de fim de ano, eis que surge: a nutricionista. Uma simples conversa sobre como cortar meu cabelo virou uma oferta de ajuda: se quiser emagrecer, eu te ajudo.
E também veio um aviso: não vai ser fácil.
Foi aí que pensei: muita gente critica, pega no pé, fala, buzina. Mas até então, ninguém tinha estendido a mão: vem, te ajudo, vamos juntos.
Com um 2013 traumatizante e um 2014 inteiro pela frente, resolvi dar uma chance a ela. E além dela, a mim.
E assim começou minha saga rumo a uns bons kilos a menos. Adeus bacon, olá alface.

Ps: este cabelo da foto era meu (y)