segunda-feira, 24 de março de 2014

Run, Forrest, run!

Geeeeeente, que belezinha![/Luzia]
Acho que contei a saga do meu primeiro tênis né?
Velho, parado há eras em algum canto obscuro do meu quarto. E o fim dele foi trágico.
Ele não aguentou o tranco de carregar todo aquele peso nas costas por muito tempo.
Pediu arrego com uma semana e soltou toda a sola. Não que tenha sido culpa dele: 6 meses parado e 157 quilos. Se eu fosse um tênis, arregaria.
Foi pro lixo domingo com a limpeza do meu quarto. Nem gostava dele..
E quando ele abriu, começou a saga de conseguir um tênis novo.
E cara, não é nada fácil.
Primeiro por que eu calço quarenta. Tênis ainda é relativamente fácil. Qualquer outro tipo de sapato não.
Revira uma loja, revira outra, volta na primeira, compara preço, experimenta todos os modelos possíveis.
Apertado, muito grande, pega no meu dedo, muito pra frente, muito mole, muito duro, meu pé escorrega...
Afinal, estou caminhando. Precisava de algo mais específico do que meus all star velhos de guerra.
E depois de muito bater perna, achei um Olympikus que pra mim estava ótimo, apesar de não gostar muito das cores.
E então ele foi, firme e forte, me aguentando, todo dia. Por um mês e meio, mais ou menos. Meu pai ainda não pagou nem metade dele.
Ele está inteiro, ainda o uso. Bem, quase inteiro. Não abriu a sola inteira igual o anterior, mas está muito gasto onde fica o peito do pé, já que piso torto.
Eis que surge algumas figuras nesta história: minha tia, minha prima e minha madrinha.
Nessa empolgação de : nossa, Cecília tá emagrecendo né? Tenho que fazer minha parte ; uma tia optou por me dar um tênis como forma de apoio e recebeu ajuda da minha madrinha nessa.
E então veio a segunda grande saga do tênis. Porém com a ajuda de uma prima. O que foi tão terrível
quanto a primeira. Não por ela me ajudar, foi uma ajuda e tanto, mas por ter que me preocupar com detalhes que eu não dava a mínima antes: tipo de amortecedor, tipo de tecido, tipo de costura, meu tipo de pisada...
O que as vezes gera um tênis feio mas super confortável.
Vai em uma sapataria, olha todos, vê qual pega no meu dedão, qual não pega, se machuca o calcanhar, se aperta meus dedos, se é pro meu tipo de pisada, confere amortecedor, anota preço, condição de
pagamento e modelo pra pesquisar se é próprio pra minha pisada.
Confere isso em vários modelos. Em uma sapataria. Aí você passa em outra, mais outra , mais outra e mais uma.
E cansa. E tem vários modelos que você achou legal e tals.
E eis que o escolhido da vez ( e dentro da faixa de preço pretendida) foi um Mizuno. Não vou dizer que foi coincidência ter comprado no mesmo lugar onde comprei o Olympikus por que minha mãe não é das clientes mais novas e sempre compramos sapatos lá por ter muita coisa diferente. Além do moço que nos atendeu que foi super gente boa e paciente. (ter paciência comigo é fundamental. Já falei que o caos comanda minha vida?)
Espero de verdade que esse dure mais que dois meses. Ainda mais que agora estou mais leve do que quando comecei o "projeto" alface. E quando precisar de um tênis ou meias, por que as minhas conseguem
encardir em um tempo incrível, já sei que no Douglas calçados é bem mais fácil de achar e bem menos trabalhoso.
E bem, a tendência é diminuir mais daqui pra frente. Também pretendo correr até o fim do ano, já que fui meio desafiada com isso.
Tenho um débito com o blog que vou explicar no próximo post. Tenho muito pra falar na verdade e nem sempre sobre assuntos muito legais.
De imediato, peço desculpas pela demora deste post, as coisas andam mais corridas e confusas do que eu gostaria....




segunda-feira, 17 de março de 2014

Quarto: o desafio

Meu quarto estava uma zona. Talvez zona era pouco ainda. Estava realmente revirado.
Meias em tudo quanto é lugar, roupas pelo chão, roupas empilhadas numa mesa, roupas empilhadas numa mala. Livros na mesa, livros no chão, livros no criado mudo, livros nas gavetas do criado mudo, livros em todas as repartições do guarda roupa. Comprovantes e mais comprovantes de compras que antes estavam nos bolsos dos shorts.
Enfim, uma verdadeira zona de guerra.
E estava assim faz um tempo.
Não gosto que as pessoas entrem no meu quarto. Se eu estou dentro dele, até vai. Mas não rola. Quando morei fora em republicas, a unica coisa que eu tinha que era meu e só meu, era o quarto. Inteiro mesmo, onde eu fazia o que me dava na telha. Dividi quarto apenas uma vez e por pouco
tempo. Morei em kitnet também, mas como era kitnet, podemos considerar ela inteira como meu quarto.
E então voltei pra Venceslau. Não era o que eu queria, o que eu tinha em mente. Mas não tinha muita
alternativa.
E embora minha mãe tivesse arrumado um quarto pra mim, sem dividir com ninguém, não sentia que aquilo era exatamente meu quarto.
Tinha minhas coisas, coisas da minha irmã, coisas que eu nem sabia o motivo de estarem lá e nem de quem era.
E bem, faxina geral: tô nessa de emagrecer, marquei médico de tudo quanto é coisa, marquei psicóloga, tô indo num curso do centro espírita. Faltava o quarto.
Deu trabalho, fiquei quase duas horas lá: tira tudo do guarda roupa, separa o que é da minha irmã em caixas, tira tudo de cima do guarda roupa, do criado mudo, joga em cima da cama, separa o que vai pro lixo, separa o que vai para o quarto de bagunça e por aí vai.
Ainda mudei os móveis de lugar: cama, criado mudo e mesa.
E lógico, como sempre, tive uma mãozinha. Dizem que quem tem amigos, vai longe. (acrescentar aqui
família também)
Minha irmã, dona Bel, saiu com o martelo em mãos pregando tudo o que precisava: quadro, quadro de fotos, discos na porta, pregos no guarda roupa... E ainda arrumou meus perfumes, cremes, caixinhas, essas coisas miúdas.
E minha tia Márcia, que deu uns cinco minutos nela e varreu toda a zona pra fora do meu quarto.
Para as duas, muito obrigada.
E agora está algo habitável. Dá pra falar que é um quarto, o meu quarto.
Antes, eu entrava só pra dormir. E ainda dormia mal pra caramba.
Não dá pra arrumar o corpo, a mente e a fé e deixar o ambiente, o meu ambiente, só meu, todo zoneado.
Minhas roupas estão dobradas, em pilhas, separadas por utilidade: shorts e blusas.
Meias e roupas íntimas na primeira gaveta, cachecol na segunda, roupas de frio na terceira. Sapatos em uma divisória, edredons na outra, vestido pendurado. Livros em um canto, latas e caixinhas no outro. Ufa.
E agora vem o grande desafio: bolão pra ver quanto tempo dura arrumado!
Apostas via facebook in box. :p

sábado, 15 de março de 2014

Cara de tacho

Demorou mas eu tinha que comentar dela: a balança.
Não pesei quando comecei a reeducação e exercícios pelo óbvio: tinha passado dos 150 e nenhuma balança das farmácias que eu ia em Venceslau passava dos 150. Simples assim.
Hoje descobri uma farmácia que vai até 200 e outra até 185.
O que é inútil pra mim, pois pretendo voltar a pesar mais de 150 nunca!
Voltando ao começo dessa vida saudável, era mais de 150. (157 nos cálculos da nutricionista)

Então mesmo que eu quisesse, não adiantaria pesar. O que foi traduzido por medo da balança.
Sempre que me perguntavam com quanto eu comecei e eu falava que não sabia, as pessoas falavam: mas você tá com quanto, uns 120 mais ou menos?
Eu fazia a maior cara de tacho e ficava super sem graça de falar: não, quisera eu ter 120. Tô com mais
de 150.
A mesma coisa de perguntar a idade pra pessoas mais velhas.
Se eu tivesse feito um bolão na época pra ver quem adivinharia o meu peso, minha nutricionista levaria a grana fácil.( Nutri, faço na próxima pra você ganhar uns trocados :p )
A única que falou: imaginei que você estivesse seus 150 pra mais.

Meu problema não era medo de subir na balança. Ela iria me falar o óbvio: você está muito gorda.

Você aceita ( ou não ) e assume isto. Mas não para os outros.
Afinal, você não emagrece por falta de vergonha na cara, falta de força de vontade, por relaxo, por descaso. Esquecem da parte psicológica da coisa, genética, hormonal.
Por que as pessoas engordam? Por que comem. Mas comem por que? Aí o bicho pega.

Como gordura é vista como fraqueza e descaso, como assumir para os outros o quanto você pesa?

Não foi exatamente fácil assumir, imagine para os outros. Mas um dia falei. E foi como se todo aquele peso tivesse desaparecido. Eu tenho mais de 150 quilos. EU TENHO MAIS DE 150 QUILOS! CENTO E CINQUENTA QUILOS!
E isso é o que eu era: uma garota com 150 quilos. E as pessoas para as quais fui contando demonstraram um certo espanto que virou respeito. Esperava caras de dó: você é tão nova pra estar desse tamanho...
E não foi o que encontrei, pelo menos na maioria.

E agora encaro isso de boa. Pra qualquer um. É motivo de orgulho: eu TINHA 150 quilos e já não tenho mais, tenho bem menos. E daqui uns meses, quero ter menos ainda.

Sinal de que é possível. Se eu tô conseguindo, muito mais gente consegue também.
Não vou cair nos clichês: ah, é só ter força de vontade; por que não é não.
Só vontade não basta, só força também não.

É realmente sair de zona de conforto pra uma zona de guerra: um belo dia você come feliz da vida e nem sai do lugar pra no outro comer um terço do que você comia e caminhar. Força de vontade é
pouco.
Já falei que tive ajuda de tudo quanto é canto né? Até de pessoas que eu não imaginava.
E agora toda vez que eu subo na balança, é um alívio: estava em 5 dezenas, baixou pra 4, já está em 3 e daqui a pouco 2: rumo aos 100.( Que não é meu objetivo, mas já pensou, eu saindo da centena? *-* )
Pesar e medir a cintura se tornou algo tão gostoso, tão maravilhoso e eu tô tão bem, apesar de ainda ter muitos quilos pela frente, que andei me arriscando em shorts curtos e protagonizando cenas
estranhas, como medir a cintura 8 da manhã na esquina da farmácia com uma tia e uma prima, pra logo depois dar gritos e pulinhos pois estou com alguns centímetros a menos.
Ah, dançar pela casa cantando Mika aos berros também tem virado rotina...
De quilo em quilo, centímetro em centímetro, alface em alface, uma bolha no pé de vez em quando e muito cloro, eu estou diminuindo.
Agora é ver até onde eu chego ;)








quarta-feira, 12 de março de 2014

Fuck you!

Fuck ou, fuck you very, very much
'Cause your words don't translate

O tema sobre o qual resolvi escrever hoje não é algo que vivi. Também não sei se é algo pelo qual passarei. Mas a matéria que li ontem me deu um nojo tão grande que tive que compartilhar com vocês.
A citação do comecinho é Lily Allen. A música inteira ela manda um cara se foder por que ele é homofóbico e a favor da guerra. Não é o nosso caso, mas um vai se foder é libertador e a Lily Allen consegue fazer isso de maneira MUITO fofa.
Adivinhar o conceito de gordofobia não é muito difícil, acho que comentei sobre ele bem por cima no post do dia 8 de março.
É o puro preconceito contra pessoas gordas. As vezes ele aparece de forma escancarada, as vezes como uma ou outra piadinha, as vezes com a desculpa de cuidados.
E ontem apareceu uma matéria sobre uma professora temporária que foi considerada inapta em um concurso para professor fixo pois esta acima do peso.
Eu poderia comentar parágrafo por parágrafo da matéria, mas minha paciência não deixa.
Ela é gorda. Ponto. No edital do concurso, não havia nada sobre teste físico. Ela fez os exames pedidos no edital e estavam todos ok. Ela já da aula e o peso não foi um empecilho. Na justificativa do Estado, por a pessoa ser obesa, ela tem predisposição a ter problemas de saúde no futuro, o que complica seguir carreira pública. Então, inapta.
Cheguei nos 150 quilos sem nada. Conheço pessoas gordas que não tem nada, assim como gordos que tem, magros que não tem e magros que tem muito mais do que gordos.
O Estado usar a justificativa de que ela pode ter problemas futuros por ser gorda e por isso não pode dar aula é uma das coisas mais toscas que já ouvi na vida.
O mesmo Estado que tá mais preocupado com a maravilhosa polícia dele e copa do mundo, que tem
escolas com 40 alunos por sala e nas quais a maioria dos professores descolam algum problema na voz ou
alguns distúrbios de ordem psicológica que os impedem de dar aula, ao contrário da diabetes ou da pressão alta, por exemplo, que se tratadas da maneira correta, a pessoa tem uma vida completamente normal.
Só posso dar os parabéns ao Estado pela lógica maravilhosa deles que tá ó, uma bosta.
Aí ontem, lendo a matéria, resolvi ler a parte mais trash de todas: os comentários dos leitores.
Comentários de matérias são onde as pessoas poem todos os seus monstros para passear e tomar um pouco de ar puro.(Talvez nem tão puro graças ao aquecimento global)  Elas aproveitam os fakes e o anonimato pra vomitar o que der na telha e olha, sai cada coisa cabulosa que você se pergunta em que ano vive: 2014 ou idade média.(Talvez a galera da idade média fosse mais de boa...)
Como nem todo mundo que lê esse blog é gordo e não sabe do que eu tô falando, eu separei os melhores.
Só quem é gordo de verdade sabe o que é gordofobia na pele. Tem alguns gordos que deram muita sorte e não passaram por momentos cabulosos. E os magros, por mais que imaginem e se esforcem, dá pra ter ideia, mas não sentir.
Hora de exercitar um pouco da alteridade que deveria existir dentro de todos nós e bora ler alguns comentários maravilhosos.
Já vou avisando que quem tem estomago fraco, pode pular essa parte pois são realmente cabulosos.



Se todo mundo apoiar essa baleia, cada dia mais, ela vai engordar e explodir!
Vai se cuidar fofinha, de cara (mais magrinha) acho q vc ate manda bem... agora... 165 com 110kg??? Pelada deve ser igual um tonel de banha! Para de querer aparecer, de se fazer de coitadinha e vitima. Vai fazer uma dieta, larga da macarronada e vai se exercitar. Como pretende ficar em pé, dando aulas por horas? Daqui 6 meses vai entrar de licença por conta das pernas inchadas e problemas de circulação. E vai aposentar com 2 ou 3 anos de trabalho, sendo mais um com aposentadoria por invalidez sem nem ter trabalhado direito. Vergonha de se expor não? O tiro saiu pela culatra, pra vc culatrão!
Se houvesse cargo público para trabalhar no circo aí sim ela estaria apta!
Criei que o presunto gosta mais de hamburguer do que de lecionar ! 
Bruna, aciona os músculos em vez de acionar a justiça. Academia minha filha, as carteiras não vão suportar seu peso e você vai quere processar o colégio. Já aos Idiotas que escrevem errado: Não passem atestado de estupidez no site. olha o milson (haha) aí embaixo: " IPOCRESIA" 
Até que enfim tomaram a medida de tirar obesos de empregos. Que esse seja o primeiro de muitos a perderem. Sem ganhar dinheiro trabalhando vamos ver como vão sustentar o vício de comer sem parar, só lhes restará entrar em forma..
Uma gorda não pode nem sair na rua, na minha opinião. Assusta e dá péssimo exemplo pros mais jovens. Precisa se tratar urgente.
Cadê os amantes das mulheres frutas? Essa é uma melancia e das grandes. 
Não tive saco pra separar mais. Enfim.
Daí você pode ter uma ideia do que to falando.
As pessoas falam como se fosse fácil, gostoso. Só que não é. Comer é um vício como cigarro, alcool,
drogas. A diferença é que os outros você tem que ficar sem pra ficar bom. Comida não tem como ficar sem.
Disturbios hormonais, problemas psicológicos, falta de vergonha na cara, tem muitos motivos mesmo que levam uma pessoa a engordar. A partir do momento que você vomita uma merda dessa na internet, você nega toda a singularidade do ser.
Toda pessoa tem sua história, seu pontos positivos, sua singularidades.
Preconceitos no geral não são legais. A gordofobia também não. E como podem ver, ela está aí de tudo quanto é jeito.
Acho que todo mundo deveria ler Os dez mandamentos de convivência com pessoas gordas. É uma ótima forma das pessoas enfiarem o preconceito no cu e aprenderem a ser civilizadas.
Me resta desejar toda a sorte do mundo e muita força para a Bruna em relação aos recursos do exame médico do concurso e muita mão na consciência por aí por que olha, tá foda.






terça-feira, 11 de março de 2014

É chato chegar num objetivo num instante.

Eu quero viver essa metamorfose ambulante! \o/
Raul aqui de novo por que ele merece:
Daqui a pouco você vai achar que isso está ficando tão repetitivo quanto andar uma hora na pista de atletismo. Acredite, ouvir Raul é bem melhor que caminhar.
Pois bem. Ontem estava feliz da vida conversando com um amigo sobre exercícios físicos. Ele, por ter feito
faculdade de educação física, é uma fonte mais confiável do que minha mente preguiçosa.
Domingo, segunda, sexta e sábado eu caminho uma hora cedo.(Sim, DOMINGO) Antes iria no estádio municipal munida de fones de ouvido super altos com as músicas mais animadas que eu tinha separado da seleção do pen drive.
E então surgiu: minha prima. Podem reparar que primos é o que não falta na minha vida.
Abandonei os fones de ouvido para caminhar com ela e uma ou outra tia, depende do dia.
Voltando, terça e quinta faço aula de natação cedo também e quarta é dia de hidroginástica.
Isso tudo me rende 1 hora de atividade física por dia.
Minha intenção ao ir conversar com ele é aumentar minha carga de atividade física: uma hora cedo mais meia hora a tardezinha e se compensaria me matar nessa meia hora.
Nesse papo todo de atividade física, falei que a intenção final é uma hora cedo, escrever pro blog cedo. O tempo que sobrar cedo, iria ler as coisas que amo (Olá Crônicas de gelo e fogo s2 ) e durante a tarde, estudaria para concurso. Faria meia hora de caminhada e teria a noite livre pra fazer o que me der na telha. A conversa que se seguiu foi essa:

Eu nunca fui uma pessoa organizada. O caos rodeia minha vida. Achava cronogramas a coisa mais idiota do mundo. Odiava rotina com todas as minhas forças. Dinheiro sumia na minha mão mais rápido que comida.
A galera que estudou comigo no colegial deve lembrar de uma Cecília meio de canto, largada, que não era das mais caladas mas também não era de falar muito. Não saia pra rua a noite nem nada.

Já a galera da faculdade deve lembrar de uma Cecília descontrolada: fazia o que dava na telha, preguiçosa com as coisas da faculdade, que bebia, saia todo dia, inquieta nessa de rotina, extremamente sociável, caótica e por aí vai.
E bem, deu no que deu: voltei pra casa e encarei uma leve depressão, onde entra a galera que jogava comigo. Eu ainda era legal, falava muito, com todo mundo(dentro do jogo). Não dormia, comia qualquer coisa, era irritada o dia todo, todo dia.

Depois de seis meses disso, justamente um cara que jogava comigo, me falou umas poucas e boas e resolvi estudar pra concurso. Acho que o resto vocês já sabem o que aconteceu.
Agora sou a responsável de casa por ir ao mercado(isso, eu que era descontrolada com dinheiro), me
peguei fazendo cronograma do meu dia, estou comendo alface, fazendo atividade física, estudando pra concurso, sem beber, sem CHOCOLATE E SEM BACON! E foi ontem que eu não me reconheci. Que me toquei do quanto mudei.Em um primeiro momento, confesso que quis chorar: quero minha vida de voltaaaa.
Mas depois, parando pra pensar: cheguei nos 150 quilos. O que eu teria virado se não tivesse decidido mudar? Meu santo é MUITO forte. 150 quilos e eu não tenho NADA. Tinha todos os motivos do mundo pra ter todos os problemas possíveis: diabetes, pressão alta, costas tortas, joelho arrebentado, e por aí vai.
Ainda tenho muito exame pra fazer, mas não apareceu nada até agora.Continuar naquela vida de antes seria quase que brincar com roleta russa.E a conclusão que eu chego é que nós poderíamos conseguir quase tudo que quiséssemos e que realmente importa de uma maneira até que fácil. Mas por ser cabeça dura, algumas coisas não tão legais aconteceram pra que eu chegasse ao ponto de decidir por minha vida no lugar. Poderia ter colocado muito antes e menos sofrido. Não é bem conformismo. Algumas coisas simplesmente tem que acontecer. Deus, destino, ação e reação?
Não cheguei a nenhuma conclusão ainda. Não sei nem se vou chegar. Sinto um pouco de falta da vida que eu tinha e nos momentos de crise, de revolta do corpo querendo gordura, bate aquela vontade de me afundar nela de novo e ser infeliz com aqueles 150 quilos. Mas nas horas de calmaria, pensando bem, bate saudades mas não trocaria meu prato de alface por todo o bacon do mundo, talvez metade por que não sou obrigada. 



segunda-feira, 10 de março de 2014

Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal...

Faz tempo que queria citar Raul. HSAUHASUSHAUAS
E hoje resolvi escrever sobre algo que dava pra colocar um titulo desses.
Psicóloga.
Já comentei sobre como a nutricionista é importante. Ela vai te passar o que comer, nas quantidades que comer. As calorias são importantes mas a questão não é só elas. Posso comer as 2mil calorias indicadas no dia e junto delas, cinco vezes mais sal que o indicado. Ela vai equilibrar as calorias com outros nutrientes e pode adequar o cardápio para coisas específicas, como cardápio para quem quer correr.
Agora pensa comigo: você come. Isso aqui é o que mandei pra nutricionista antes de começar pra ela ter uma ideia do que eu comia durante o dia:

Rotina da Cecília:

8:30- Café da manhã.
1 pão de batata com calabresa =x

11:45- Almoço
1 Bife frito.
2 rodelas de linguiça frita
2 colheres de arroz(colher grande, própria pra pegar arroz)

1 copo de suco de caju(artificial)


13:47-Locadora
1 picolé de limão suíço
2 sorvetes de casquinha(tipo americano)

16:00- Locadora
1 suco del valle lata de pêssego.

16:30- Casa
Meio pão com mortadela

18:45- Casa
1 prato de macarrão com frango ao molho de requeijão(2 col de sopa de requeijão)

19:30- Rua
1 cascão de sorvete italiano

Pode acrescentar coca-cola a tarde toda. Tudo regado no óleo, açúcar, chocolate...(Esse dia dá cerca de 3200 calorias, perguntei para ela. Como aproximadamente 1200 atualmente)
Você come tudo isso, todo dia e do nada para. Diminui quantidades, altera os alimentos (olá alface) e coloca o corpinho pra mexer. Aí você surta. Entra a fase paranoia, você vira uma pessoa insuportável e haja saco pra te aguentar. 
Depois que essa fase passa, seu corpo vê que você não vai voltar a vida de gordura e começa uma revolução: dores de cabeça. 
Não adianta então ele se torna mais filho da puta ainda e começa: só um pedaço não mata. Você tá indo bem, não quer parar, merece uma folga, o que são as calorias de uma bala perto do que você tem que comer durante o dia? Carne você pode, pega só mais um pedacinho.
E bem, sabemos o que virou meu carnaval.
A intenção de entrar com tratamento psicológico é ir organizando minha cabeça aos poucos , dar um jeito na
bendita da ansiedade e fazer com que minha cabeça pare com os ataques de: só um pedacinho não mata.
Sei que a psicóloga não vai me tornar a pessoa perfeita e nem resolver todos os meus problemas,  mas só de organizar minha cabeça, já é uma ajuda e tanto. E é alguém necessário nesse processo de emagrecimento, que não é nem um pouco fácil. É muita mudança em pouco tempo. 
Agora é esperar a consulta dia 18 e ver o que ela me fala ;)

sábado, 8 de março de 2014

Mulher bonita é a que luta.


Dia da mulher. E bem, sou mulher. (Cê jura?!)

Não posso dizer que eu gosto da data. Pra mim,  é indiferente. O sentido original do dia da mulher, criado lááá atrás, é interessante. É válido.
Poderia discorrer disse sobre muito tempo mesmo. De como a revolução industrial fez com que as pessoas se mudassem dos campos para a cidade e na ideia de lucrar cada vez mais, as condições de trabalho eram horríveis e as mulheres sofriam e começaram a lutar pra mudar sua condição.
Não desmerecendo a luta delas, mas o enfoque do blog é minha perca de peso.

Mas também não dá pra passar em branco. A situação feminina mudou e muito de uns tempos para cá.  O que significa uma boa melhora. Porém, ainda não me parece ser suficiente. Tem coisa pra caramba que ainda temos que mudar e melhorar.

E nesse clima de dia da mulher, significados alterados e coisas a se lutar, eu vim falar de medo.
Tá, mas o que seu medo, que deve ser frescura, tipo medo de barata ou do escuro, tem a ver com o dia
da mulher?
Tudo, meu caro gênio. Você só não percebeu essa ligação ainda e minha mente confusa não ajuda. Deixa eu tentar explicar com calma:

As coisas mudam. Sou mulher, nasci branca ( não tenho nada contra negros, mas vamos combinar que ser branca é mais fácil que ser negra graças a maravilhosa sociedade racista). Mas sou gorda. Mais um item na enorme lista de preconceitos: gordofobia.

Uma garota magra usa um shorts curto, por exemplo, e fica tudo certo. Uma garota gorda coloca um shorts curto e é celulite demais para os olhos puros das pessoas. Não dá, tem que colocar uma calça. Jeans escuro, de preferência. Ou moleton.
E eu disse que as coisas mudam pois até alguns séculos atras, pessoas acima do peso eram preferência: eram melhores para ter filhos, por um tempo era sinal de riqueza( mais grana, mais comida).

Lógico que não vão chegar até você e dizer o quão gorda você está. Alguns até dizem, pra ver até onde chega a educação do pessoal. Exemplo:estava caminhando com uma prima, um cara aleatório me gritou: tem que andar muito ainda hein fia.  Outros disfarçam: você tem o rosto lindo, por que não emagrece? Respira, sorri, agradece e diz que vai pensar.

Você olha uma revista: magra.
Então surgiram as modelos plus-size. Que na boa? Não me representam. Elas estão acima do peso?
Sim.  Mas quanto acima? Não me entendam mal, são lindas. E já é um bom avanço. Mas pega uma delas e compara comigo. Então.
Olha novelas: magras.

Quando tem uma pessoa gorda, é papel cômico. Filmes também não é muito comum. E sempre tem aquilo: olha um gordo fazendo gordice.

Caramba, sou desastrada mesmo. O caos manda na minha vida. Eu tinha que equilibrar 150 quilos em 1,80 de altura.
Quer ter uma ideia? Pega 30 ( TRINTA. Eu disse T R I N T A) sacos de arroz de 5 quilos. 30 sacos de arroz = uma Cecília pré-reeducação alimentar. Pensou? Isso é o que andava por aí esbarrando em tudo.

E é curioso isso pois ao mesmo tempo que a sociedade prega que você tem que ser magra, ela te dá o fast food de presente. Chocolate, panetone, salgadinhos e qualquer outra coisa que engorde. E cada pessoa reage de uma maneira diferente: eu comia e engordava. Tem amigos meus que comiam e não engordavam. Tem pessoas que não comem e engordam. ( Olá hormônios).

Não entrei nessa de emagrecer para virar uma nova modelo internacional. Entrei nessa pois estava gorda demais. Simples assim. Pretendo diminuir de tamanho sem ficar magra demais. Serve uma modelo plus-size.
Aí você pergunta: falou, falou, falou. Falou mais um pouco. E onde entra a parte do medo?

Lá vem: bulimia.

Eu comia. Comia por fome, ansiedade, por que eu estava bem, por que eu estava triste, por que eu estava bebendo, por que eu estava com vontade, por que eu nem sabia o motivo. Comia quase que inconscientemente. Fato.
E então resolvi fazer a reeducação e o mundo virou de ponta cabeça pelo ponto de vista do meu corpo e mente. E não é fácil.
Quem já leu o blog viu como terminou meu carnaval. Não é algo consciente. Eu só comia, sem pensar. E agora penso pra comer.
Já parei e pensei: pera, por que cargas d'água eu to com esse pedaço de carne na boca?
Comi horrores no carnaval sabendo que não podia. Mas o pedaço pequeno de carne bem fina, quentinha, cheirosa estava ali na minha frente: me comaaa. Eu era tipo de um zumbi.

O meu medo é perder o controle, comer 2 bois, meia duzia de galinhas, 3 bolos de chocolate e uma folha de alface pra dar um up.

Surtar quando cair em mim e vomitar até as tripas numa crise louca. Como sem pensar, por que não vomitaria sem pensar?
Tenho que confessar que essa ideia de vomitar já se passou pela minha cabeça. Não, não vomitei. E sim, me deu um certo medo. Tanto que já comentei com alguns amigos sobre isso.
O ato de comer e vomitar logo em seguida me parece um ato desesperado. E realmente preocupante.
Por enquanto, eu aguento. Não gosto de vomitar e os riscos envolvidos são grandes, como feridas na boca, esôfago e problemas de nutrição. Mas nem todo mundo é igual.
Acho que todo mundo deveria aproveitar o dia 8 de março para se informar e tentar mudar, sempre para melhor. Nem sempre algumas atitudes que tomamos é a mais adequada. Tô nessa vida de saudável, não é fácil, não é gostoso. Isso por que estou tendo apoio de tudo quanto é lado. Imagine quem tá nessa sozinho e tem gente com problemas muito mais sérios por aí.
Feliz dia das mulheres lutadoras ;)


Sou mulher, aprecio a luta e sou guerreira
Admiro o horizonte, espero, sonho...Choro...
Enriqueço-me por ser feliz e ser mulher

Vânia Moreira Diniz

sexta-feira, 7 de março de 2014

Você roda em mim e o mundo embaixo de você.

Não sei nem por onde começar :D
Vamos por partes: 
Pesei hoje cedo, morrendo de medo da balança. Estava torcendo para pelo menos manter o mesmo peso da sexta anterior. Não quis olhar, minha prima do lado quieta, me deu uma olhada e eis que veio: 550 gramas a menos!
Foi um puta alívio. Algumas coisas a gente tem que passar para sossegar o facho.
E eu tive que passar por essa orgia gastronômica e o susto para repensar muitas, mas muitas coisas mesmo no processo de perca de peso. E tinha que perder algo, mesmo que pouco, para não desanimar totalmente. Os 550 gramas viraram 55 quilos de puro alívio quando desci da balança.
Tinha que dividir isso com vocês. Mas não é o tema principal do texto.
Era pra ser um texto fofo, meigo e saudosista.
Não é a minha.
Mas ela é igual essa aí :p
Não rolou.
Passei pelo ortopedista ontem. Não tem nada comigo, continuar a rotina normalmente. Antes de ontem, já havia conversado com um amigo a respeito de bicicleta. A minha eu ganhei quando estava na 4º série, se não me engano. Ficou uns 6 anos parada na área de serviço(pensando agora, como eu pude abandonar ela assim? ) e com a indicação do ortopedista por andar de bicicleta, desenterrei ela. Quase que literalmente.
E pra minha surpresa, estava melhor que o esperado. Os pneus não estão furados, passei um pano nela, ajustei o banco e subi. Queria descrever a sensação, mas não consigo. É MARAVILHOSA. Ano passado peguei a da minha mãe e foi horrível. Não curti. E não subi em bicicletas de novo. Até ontem.
Aquela bambeada, uma cabeçada num ramo do limoeiro e depois o vento nos cabelos.
Bateu uma saudade de quando eu andava todo dia, o dia todo.
Consigo lembrar do dia que ela chegou em casa: os caras entregaram e minha mãe não gostou pois era pra ser surpresa pra mim no natal ou meu aniversário, algo do tipo. E saber que ela tá ali, feinha, meio velha mas toda minha e pronta pro sufoco ( ainda to bem pesadinha né ) é super animador.
Eu não gosto de andar, nadar, ou qualquer outra atividade física. Faço pois tenho que fazer. Mas bicicleta é um caso a parte. Você monta e some, anda o tanto que aguentar, tem menos impacto que caminhar e tem vento.
Vou até deixar uma musiquinha aqui :p





quinta-feira, 6 de março de 2014

Aserehe ra de re De hebe tu de hebere seibiunouba mahabi An de bugui an de buididipi


Bem, sumi. Pensei em N maneiras diferentes de como escrever este post, mas não sabia por onde começar.
Juro que vou tentar organizar o texto para ficar fácil de entender. Mas nem sempre minha cabeça ajuda. Vamos tentar.
1-Tem várias outras coisas que eu planejava postar aqui antes desse texto, mas vão ficar para depois. Vou retomar as postagens aos poucos e por ordem de importância, não cronológica.
2- Carnaval, feriado prolongado e me dei uma folga do blog no domingo, que se estendeu até hoje, quinta-feira. Não era minha intenção, mas...


Carnaval : car.na.val 
sm (ital carnevaleFolc Período de três dias de folia que precede a quarta-feira de cinzas, durante o qual, com o afrouxamento das normas morais, se dá o irromper de recalques, por meio de danças, cantos, trejeitos, indumentária diversa da habitual etc. No Brasil aparecem após a guerra do Paraguai, como forma nova do entrudo. 2 Folguedo, orgia. 3 Mascarada.


Muitos dizem ser a festa da carne. O dicionário que linkei aí em cima cita orgias. E meu carnaval não foi exatamente como eu esperava. Caí, falhei, tropecei, avacalhei, insira aqui o termo desejado:_____________.  Simples assim. Falando é simples, mas a coisa vai além. Não saí pular carnaval nem nada do tipo. Mas meu corpo fez uma orgia da carne incrível. Teria comido um boi se deixassem. Eu tentei comer um boi.  Não comi as coisas que a nutricionista proibiu, como doces e chocolates, coisas fritas, refrigerantes "normais". Funcionei a base de queijo e carne, carne e queijo. 

Todo mundo viaja, você não tem nada pra fazer, não tem grana pra viajar também, parece que já viu todos os filmes do mundo, a internet tá lerda, o livro que você está lendo é muito difícil de entender, te chama pra um churrasco. Tudo, TUDO MESMO, vira um motivo pra você comer.

E nessa de um pedaço não mata, minha mente ficou possuída pelo ritmo ragatanga e quem fez a festa foi meu estômago com toda aquela comida. Comida permitida mas não naquela quantidade enorme.

Pra ajudar ainda mais, não fiz atividade física. Voltei hoje só com a natação. Tenho até medo do que a balança vai me falar na sexta-feira(dia oficial de pesagem).
Na hora, você come. E come feliz sem pensar. As vezes até pensa: afe, nem devia comer isso aqui, mas só mais um pedaço. E nessa de pedaço em pedaço, você devora um boi, duas galinhas e 2 kilos de queijo. De entrada, ainda tem o prato principal. Você para e desespera: ahhh meu rei da caloria, o que eu fiz?

Deprime e come mais :D

E é isso o que houve no meu maravilhoso carnaval.
Quando comecei o blog, a intenção era contar minhas dificuldades, acertos, surtos, o que eu achava e tals. Como nem tudo são flores(chocolate se preferir), veio essa bomba calórica do fim de semana. E bem, não era justo eu fingir que estava tudo certo. Não era com quem me lê, com a nutricionista e muito menos comigo.
Com a nutri, eu já conversei. Comigo mesmo, já me dei uma comida de rabo. E faltava escrever aqui.

Parei, respirei, tentei por as ideias no lugar e agora é começar de novo. Pode ser meio deprimente isso: afe, começar tudo de novo, não perdi tudo o que deveria, esculachei com tudo...Mas as outras opções que acabam no mesmo resultado, engordar tudo de volta, não são exatamente o que tenho em mente.

Projeto alface, dia 1.(de novo)