sábado, 15 de março de 2014

Cara de tacho

Demorou mas eu tinha que comentar dela: a balança.
Não pesei quando comecei a reeducação e exercícios pelo óbvio: tinha passado dos 150 e nenhuma balança das farmácias que eu ia em Venceslau passava dos 150. Simples assim.
Hoje descobri uma farmácia que vai até 200 e outra até 185.
O que é inútil pra mim, pois pretendo voltar a pesar mais de 150 nunca!
Voltando ao começo dessa vida saudável, era mais de 150. (157 nos cálculos da nutricionista)

Então mesmo que eu quisesse, não adiantaria pesar. O que foi traduzido por medo da balança.
Sempre que me perguntavam com quanto eu comecei e eu falava que não sabia, as pessoas falavam: mas você tá com quanto, uns 120 mais ou menos?
Eu fazia a maior cara de tacho e ficava super sem graça de falar: não, quisera eu ter 120. Tô com mais
de 150.
A mesma coisa de perguntar a idade pra pessoas mais velhas.
Se eu tivesse feito um bolão na época pra ver quem adivinharia o meu peso, minha nutricionista levaria a grana fácil.( Nutri, faço na próxima pra você ganhar uns trocados :p )
A única que falou: imaginei que você estivesse seus 150 pra mais.

Meu problema não era medo de subir na balança. Ela iria me falar o óbvio: você está muito gorda.

Você aceita ( ou não ) e assume isto. Mas não para os outros.
Afinal, você não emagrece por falta de vergonha na cara, falta de força de vontade, por relaxo, por descaso. Esquecem da parte psicológica da coisa, genética, hormonal.
Por que as pessoas engordam? Por que comem. Mas comem por que? Aí o bicho pega.

Como gordura é vista como fraqueza e descaso, como assumir para os outros o quanto você pesa?

Não foi exatamente fácil assumir, imagine para os outros. Mas um dia falei. E foi como se todo aquele peso tivesse desaparecido. Eu tenho mais de 150 quilos. EU TENHO MAIS DE 150 QUILOS! CENTO E CINQUENTA QUILOS!
E isso é o que eu era: uma garota com 150 quilos. E as pessoas para as quais fui contando demonstraram um certo espanto que virou respeito. Esperava caras de dó: você é tão nova pra estar desse tamanho...
E não foi o que encontrei, pelo menos na maioria.

E agora encaro isso de boa. Pra qualquer um. É motivo de orgulho: eu TINHA 150 quilos e já não tenho mais, tenho bem menos. E daqui uns meses, quero ter menos ainda.

Sinal de que é possível. Se eu tô conseguindo, muito mais gente consegue também.
Não vou cair nos clichês: ah, é só ter força de vontade; por que não é não.
Só vontade não basta, só força também não.

É realmente sair de zona de conforto pra uma zona de guerra: um belo dia você come feliz da vida e nem sai do lugar pra no outro comer um terço do que você comia e caminhar. Força de vontade é
pouco.
Já falei que tive ajuda de tudo quanto é canto né? Até de pessoas que eu não imaginava.
E agora toda vez que eu subo na balança, é um alívio: estava em 5 dezenas, baixou pra 4, já está em 3 e daqui a pouco 2: rumo aos 100.( Que não é meu objetivo, mas já pensou, eu saindo da centena? *-* )
Pesar e medir a cintura se tornou algo tão gostoso, tão maravilhoso e eu tô tão bem, apesar de ainda ter muitos quilos pela frente, que andei me arriscando em shorts curtos e protagonizando cenas
estranhas, como medir a cintura 8 da manhã na esquina da farmácia com uma tia e uma prima, pra logo depois dar gritos e pulinhos pois estou com alguns centímetros a menos.
Ah, dançar pela casa cantando Mika aos berros também tem virado rotina...
De quilo em quilo, centímetro em centímetro, alface em alface, uma bolha no pé de vez em quando e muito cloro, eu estou diminuindo.
Agora é ver até onde eu chego ;)








3 comentários:

  1. Uma delícia ler o que escreve! Adorei o vídeo também!! bjs

    ResponderExcluir
  2. Muito engraçado o vídeo, Cecília.Ao contrário de sua luta que é séria e pouco divertida. Apesar disso, você trata o assunto com um humor fantástico. Por isso é bom sempre vislumbrar o resultado. Parabéns!! Parabéns!!

    ResponderExcluir
  3. HUAHUAAU demorou mas ficou muito boom!!! Parabéns Ce!! Inspiração de muitos (as)! Beijos, Dani

    ResponderExcluir